quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

FESTA À BEÇA (Far Far Away)

Recebi de uma loira (linda!...)
um convite obscuro.
Mas o recebi, pontudo,
com o caralho duro!

Convidava-me a moça
para com ela "perder a linha".
Fiquei confuso com tudo!
(só conhecia farrinhas...)

Perguntei-lhe pelo paradeiro:
"Seria a festa onde?"
Respondeu que era distante,
seria no "longe, longe",
onde se bebe livremente,
e a procura não se esconde.

Recebido com gosto o convite,
não me tardou aceitá-lo.
E pensei formas diferentes
de durassuavemente contraprestá-lo:

banheiros que se invadem,
roupas que se perdem,
gente curiosa que espreita,
versos que se anotam em guardanapos
para impressão na memória de cenas indeléveis. 

carro, rede, parede!
Sarro em todo anteparo
que possa matar-me a sede.

Mas não há como surpreender uma moça
já afeita à confusão.
E a recorrência do caos
não diminui o tesão.

Talvez até algo lhe agregue,
que há lucro na experiência.
Sabem-no as moças alegres
e os rapazes de toda a tendência.

Há idílio na festa da carne,
o amor em tudo se imiscui
quando se brinca até tarde,
em recintos castos ou promíscuos.

Ouço baterem-me à porta,
a moça não se demorou.
E ofereci-lhe a espada mais torta,
com que se cingiu e esgrimou.

Hoje, no dia seguinte,
não experimento culpa mas cansaço.
E como o desejo não se extingue,
vou descansá-lo em buliçoso abraço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário