(Meu "Poema (de) Contínuo". Con-verso afiado, ou fiado. Música pra ver (quanto tem ritmo ler). Qualquer outra coisa que se ache.Em geração espontânea, emanações sinceras. No meu jargão, meus vocábulos prediletos, às vezes os invento, às vezes desenterro. Meu idioleto, mesmo se obsoleto.Versos leves, levianos até. Versos tão livres como uma mulher.Às vezes só gloso, com graça. E o gozo, não vejo trapaça. Se pudesse, você o faria? Então verse, pra ver o que acontece, o mundo tá cheio de poesia.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Metapastiche
Reclamam da organização social que nos legou o traço luso, de não ter havido negligências salutares, de nos não haver dominado gente outra cujo rastro fosse uma tal civilização, mas já se deram conta do gozoso que é ler o Pessoa na materna?
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Non Serviam
O diabo teria sido uma engenhosa invenção da Igreja para explicar como, tendo sido o homem feito à imagem e semelhança de Deus, a maldade grassa no mundo. Um anjo teria apenas cogitado de não servir a Deus todo misericordioso, e o Tribuno Celeste fê-lo tombar à miserável Terra.
Notem o quanto antecipou-se o mestre a Descartes (que aliás queria provar a antecipação?) e a seu cogito ergo sum. Cogito de o ser, logo sou... demoníaco! Anjo cadente! Bonita chuva! Chovam seus desejos!
Tribunal Celeste de exceção. Lembra Minority Report: o contraventor é neutralizado mesmo antes de lançar-se à execução. Mas não prestou a queda angélica, não para o mundo nosso atingido, tingido de vermelho.
É, mas parece que o que vale é a intenção, então! Di-lo Deus! Se intensa, então...
Lembrei-me desses orgulhosos maridos de mulheres castas à custa de vigilância. Não se pós-graduam, não malham, não se entretêm com amigas... Digo-lhes mui religiosamente: se a campânula é mesmo necessária, ei-los cornos e adúlteras!
Libertai-vos! Livrai-vos do mau "amem!""
sábado, 17 de setembro de 2011
Sin Sim
Não
Não estou às ordens.
Não estou a instâncias
Não estou em jactâncias.
Não estou.
Vou.
Eis o quê?
Não estou às ordens.
Não estou a instâncias
Não estou em jactâncias.
Não estou.
Vou.
Eis o quê?
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Partículas
Há partículas a que nos afeiçoamos, não sei se com justiça. Não sei se há razão no deixar-se estar. Talvez razão não haja mesmo, e vai ver padecemos é muita emoção, e é essa a nos imobilizar na contemplação da beleza passada daquele tempo sobre o qual nos detemos. Sim, partículas de tempo, e as há diversas!
Fui dar nisso por via transversa, em pleno sonolento barbeiro, deitado, a cabeça supostamente repousada sobre o apoio avesso à ergonomia que ali se nos oferece. Tentou-me dizer que se gabava, mas o habitante desta nossa rua Fleet não é nada demoníaco, e tem até um tom bem modesto. A verdade é que tecia considerações sobre as mulheres em geral, partindo, é claro, de seu reduzido particular. Soltou-me:
"A mulher ela hoje tem de ver alguma coisa nocê pra ficar concê".
Pensei e quando foi diferente? Não sei a que vem esse "hoje" que tenho visto sempre imiscuir-se em falas quase arrebatadas dos que buscam aceitação. Pensei que não é esse o ater-se ao "hoje" que ameacei pregar ali mais pra cima...
É, acho mais que do que preciso é de ver o hoje à luz do amanhã, e não de o ler pela cartilha do ontem, tentando escapar do esgotado travestindo-o de sempiterno ou, pior, de próprio do hoje!
Meu mundo é hoje!
Acho que não sei...
Marcadores:
cardíaco,
Crônica,
Página de diário,
Pena
terça-feira, 6 de setembro de 2011
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Teorema
Às vezes, por rotas mais floridas e chegada mais serena, tomam-se os catetos e deixa-se a hipotenusa.
Assinar:
Postagens (Atom)