quinta-feira, 22 de outubro de 2020

BAILADO

 Pressinto no que já fui bom
pelos gostos que me ficaram
na intensidade de uma saudade.

Pela impressão de que quase se chega a poder
quando todas as tentativas foram infrutíferas.
Pelo gosto de ver os feitos dos que naquilo triunfaram.

No consolo que depois assoma notando na pausa outras escolhas.
Novas dedicações.
Para conquistas inéditas ou para ultimar as começadas doutra vez.

Alguém, alhures.
Essência metida em outros acidentes.
Quiçá mais bonitos.
Talvez mais bem aceitos.

Os defeitos mais discretos.
As janelas mais cerradas.
Mas aqui respira-se muito,
mostra-se muito a cara.

Vincada de erros
e acesa de esperanças.
E a menina dos olhos...
dança!