Para Rayra Freire
Como passa essa moça
quando não passa por mim?
Procuro-a morro acima e abaixo,
e não me vem o diacho do "sim!"
A saudade é uma coisa arretada,
e faz-se apertada assim,
pois meus passos não levam a você,
e seu espaço não é o de mim!
Tanto me outro, tanto me abandono,
que na primavera verão
que já sinto o inverno no outono,
derramando-me em folhas que deito ao chão.
Mas sei que nas terras suas
o frio é coisa que não há.
Então só conhecerá o aconchego
em se mudando pra cá.
Mas não lhe importam o inverno e o outono,
e serei dos que nunca verão
que a moça já tem outro dono,
e a primavera é só recordação.
Recordação do que de fato não houve;
não houve ontem, não há hoje!
Sonhos ao céu, eu no chão,
e levarei ao caixão estas flores.
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