domingo, 30 de junho de 2019

VIVI EM PERNAMBUCO


Para Tom, pequena coruja pugilista.
Para Fá.


Vivi em Pernambuco.
Não fui rei.
Não fui seu amigo.
Não fui usineiro.

Não fui holandês.
Não bebi cana.
Não tive fase monarquista,
nem tive republicana.

Pernambuco onde se versa.
Pernambuco onde se ama.
Eu amava na ala.
Não tinha aias,
não tinha mucamas.

Só tinha o que tenho:
olhos vivos, negros,
e de muita esperança.

Pernambuco, não me detenho!
Não vê que Minas me chama?
Em Minas sigo pulsando.
Em Minas a minha derrama.

Também Minas a coruja sobrevoa,
apenas nunca em bando.
Em Minas a coruja abençoa
tudo que sigo amando.

Em Minas há claves e pautas,
e a música segue soando.



RECIFE, 30.6.2019

CORUJA

Para Tom, o corujinha.


De pincel atômico verde na mão,
diante de um quadro branco-paz.
Veio dar aula, breve e  profunda,
de valor inestimável da vida.

A cada investida ceifadora
uma resistência.
A vida nem sempre abriga
se nos falta insistência. 

Acariciou com seu gesto
os trânsfugas.
A vida não é desistência,
a vida é instâncias!

O instante é professor.
Honrar o que Ele nos deu
é honrar o Pai.
Sobretudo onde haja dor.

Tourinho indomável das alas,
vai agora, de fato, a coruja.
Na hora certa de depor as luvas,
de se reunir aos nossos outros.

Volta pra casa,
sempre sorridente.
Nos ombros do treinador,
a brandir seu cinto de ouro.

Meu filho eu sou o céu
em que você é estrela.
Muito maior que o Sol,
e acesa por dentro.

Nada faz o homem de maior,
nenhum engenho.
Meu filho, somos o natural!
Te espero em pouco no vento!


RECIFE, 27.6.2019.

HICs ET NUNCs

Para Tom, meu pequeno pugilista.


De cara na lona,
prona, supina.
Não liga pros golpes da vida.
A vida é lutar!

Lutar não é enlutar.
Pra tudo há a hora precisa.
E a hora acendida
é a hora de brilhar.

É de aproveitar a correnteza,
a hora acesa!
E o rio corre
sempre para amar.

E amar é dar sua lição.
A vida é a coisa mais rica.
Viver não é nunca vão!

Não é nada de que se desista.
Deve sempre ser revestida
com o ouro do Tempo.

Só há Tempo áureo aproveitado.
Coitado do deitado de lado!
Coitado do plangente!

O que somos é insurgentes.
A vida impressa em sustos
não chega a sustar a gente.

O campeão não vê derrotas.
Derrota é luvas depostas.
Derrota é não se assumir.

E se o sofrimento não se sumir
vai-se somar ao trajeto.
E a bala no peito de agora
é o projétil que vai
catapultá-lo a outras chances.

Todas bem aproveitadas.
O que não sabia disso...
...eu não sabia nada!

(E ainda bem que nossa raça
só sabe falhar em desistir.)

Meu filho, é pra sempre vê-lo sorrir!
Seu sorriso é meu patrimônio.
E vai sempre me vestir.

Olhos brilhantes
como sempre os escolho,
em você e amores que colho.

(Eu sempre, de agora,
bem escolhi.)

Meu filho, sempre juntos.
O que é passado, presente, futuro?
É eterno estarmos unos.
Em qualquer agora e aqui.



Recife, 23/6/2019, 16:37h.

ENTOAR

Variações sobre o mesmo tema,
na teima de viver.
Uma ânsia de mais
que não se peja de pressa.

Uma solicitude treinada
em absorver o encadeamento dos dias.
Uma atitude positiva
negativa da decrepitude.

O empenho, forte,
que sabe que não é justo abandonar tudo à sorte.
Que não há sorte no abandono,
e que todo abandono é abuso.

Mesmo o abandonar-se a si,
se é pra não estar cooperativo.
Que uma boa prova de estar vivo
é atrair, justo, vida.

O Tempo é pauta vazia
se não lhe lançamos nossas notas.
E pra boa música o que mais importa
é que possa ser ouvida.

Não faça ouvidos moucos.
Ela está nas esferas!
Na terra, na água, no ar.
Ela se funde no fogo!

Ela é um sopro de vida
e não pode ser substituída,
nem nada a pode imitar.

Que nada possa matá-la.
Possam todos experimentá-la.
Todos a possam ensinar.

É um calor transmissível
por todo amor transmitido
por quantos a possam entoar.

BEM NISSO TUDO

Para Fá.


Meus pés vêm molhados
de uma água que me invadia,
fugindo do que ela mesma fazia,
e desconhecendo que a inundação me vem de dentro.

Os sentimentos não conhecem fronteiras.
Amalgamam-se e vou uno,
mas repartindo-me e,
de fazê-lo, sorrindo.

Essas coisas não se podem deixar,
elas têm de se arrumar.
"De se arrumar rápido!".
Porque são um descaminho.

Mas se são o descaminho
do caminho pra que ia sem elas
quem é que se importa?
Não existem tristes festas!

Existe é tristeza de a festa terminar.
Mas quem é que pra preveni-lo
deixaria de festejar?

Quando da festa me inflamo
é como se me tivesse feito
para ela, para isso!

Sulca-me o rosto
por muito sorrir.
Sinto-me professor
de tudo que proferir.

E profiro (prefiro!)
alegrias.
De serem-se só de tristezas
vão-se longe os dias!

Na forma que aprendi,
na em que agora me fundo,
a tristeza é um instante
que separa duas alegrias.

Como uma pequena melancolia,
dessas de corda Sol,
que separa a alegria esfuziante
da cerimoniosa que se lhe segue.

E essa mesma melancolia,
em mim,
por falta de método que a obrigue a outra coisa,
não é uma tristezinha mas uma tristeza alegre,
se no dia estou adjetivo.
E alegria triste, se me deixo estar substantivo.

Mas do que lhes quis falar,
sem lhe dar destaque imerecido,
é que o medo eu não o convido!

E se não o convido não pode restar.
É só um passageiro que está de saída.

E vem o dia e ele se presta
a nos achar contentes.
Rentes!
E, sim,
amalgamados no que isso tem de bom.
Porque há sempre bem nisso tudo!


REC-CNF, 17/6/2019.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

LOGO É TARDE!

A flor que estava morta
apenas dormia.
Não pôde mais esconder
suas pétalas do dia.

A luz a buscava.
O vento pedia odor.
Tudo naquele momento
requisitava a flor.

Muito vale a flor reflorida,
tanto ou mais que a plantada.
Porque é dos milagres da vida
a vida recuperada.

Não há morte tão morrida
que dela nunca se acorde.
É melhor acordar flor bonita,
que nunca impingiu-se corte.

Melhor cortar o mau entendimento
com os que vão conosco no caminho.
A toda evidência o entendimento
não se trabalha sozinho.

Pois reconheça no falso problema
a face da oportunidade.
Não crie caso nem celeuma,
aproveite que logo é tarde!



Hospital Espiritual Maria Cláudia Martins, 15/6/2019.

ENFOQUE

Sono sem sonho.
Encontro sem recordação.
Um tesouro sobre o tapete da sala
que nunca conheceu porão.

Sala acortinada,
de sua própria iluminação.
Sala que, sim, decorada,
desconhece visitação.

Não se sabe se segredo,
porque algo percebido.
Por ser algo de muito desejo
já é algo merecido.

O Tempo não conhece erro.
O Tempo é o que há mais preciso.
É próprio do tempo presente
um azo amadurecido.

Aceita, portanto, a energia.
Não feche os olhos à cena.
Que esse aceno tão bonito
despede muitos problemas.

Algum sempre fica, é verdade,
com algum natural destaque.
Mas não lhe dê mais que isso.
O enfoque é na felicidade.



Hospital Espiritual Maria Cláudia Martins, 15/6/2019.

FIRME

Meu profundo é à tona.
É tônico,
em tons plenos.

O meu interno é livre
para vestir-se de dom.
Pra despir o dom
e vestir os gélidos.

O melhor dom é instaurar
seu próprio falanstério.
Em que não haja comandos,
nem haja fronteiras.
Que aja na baixa
e aja na cheia.

Em que se abriguem todos os precisados.
(Viver não é preciso
nem é preciso prová-lo!)

É preciso tateá-lo,
apalpá-lo.
É preciso repará-lo,
iluminá-lo.

Há tempo pra tudo
e muito pode ser feito.
Perfaz-se mais cedo
o que se vasculha.

Barco, barca, escuna.
Vento e vela,
sorte e correnteza.
É preciso que haja leveza pra se levar.

Uma luz oriental,
de asa de avião.
Certezas em suspensão,
palco da fé.

O espetáculo da confiança
que reflete a confiança.
Uma pureza como nem a de criança.

Uma intensidade de cintilar.
Atenção descansada.
Flores como se escadas.
Tudo em elevação.

Um concerto concêntrico
de todas as esferas formativas
dos acontecimentos
de que se faz a vida.

Mais se sente do que se entende.
Mas o porquê de se sentir
se compreende.

Assomar-se.
Vir-se à tona.
Por um convite que é uma chance.
Uma chance que é um proclama.
(Quem sabe o que recebe avança).

Os passos são firmes.
Simultâneos.
Paralelos.
Ficou muito atrás qualquer flagelo.

(Sofrer não é escolha que se faça!).

Sorrir, pois, muito,
que é de graça!
O que sorri não disfarça,
nem haveria por quê.

terça-feira, 11 de junho de 2019

40

Os quarenta já tentam me dizer
que qualquer dia é propício
pra se começar a viver.

Acordar de um sono profundo,
em berço esplêndido, ou nem tanto.
Tudo, de tanto, por fazer,
e não se garante nada!
Nem o solo da canção tão ouvida,
e que sempre esteve gravada.

Não soará igual.
Nem o mundo parecerá o mesmo.
E aparecerão versos mais bonitos
que os sobre vagar a esmo.

Mais beleza em Norte e Sul,
Leste e Oeste.
Beleza na bússola e nos mapas.
Em, na falta do caminho aberto,
ser capaz de fundar a estrada.

Mas construí-la com atenção,
empregando bons métodos.
Alguns aprendidos dos avós
e a se transmitirem aos netos.

Tratar de tramar o amor
com os fios claros da Alegria.
Ver na escuridão o repouso
necessário ao brilho do dia.

Exultar dessa chance
desde sempre programada.
A luz e o calor prenhes
que se sucedem às madrugadas.

Prenhes e fertilizantes!,
transmissores de bençãos.
Que podem ser replicadas
(é mais fácil que pensam!).

Olhos no caminho.
Olhadelas para o céu.
E lavro o consolidado
com caneta e papel.


SAPOC, 7/6/2019.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

COESÃO

O porto de partida
é o de destino.

Sob a pressão macia
de um bálsamo lento
(lento porque cuidadoso).

Descendo como limpeza
por sobre todo o viscoso.

Sempre será santa
a disposição de se melhorar.
Mesmo quando não tanto
a que nos conduz até lá.

Porque sendo ainda homens
é própria de nós a inflamação.
É próprio buscar concurso
e abdicar da inação.

É metafísico, e físico até,
a propulsão vir-nos do atrito
provocado pelos pés.

Os pés são pro chão,
dispensa-se coragem.
É natural,
é voragem.

É linda a consciência.
É celestial conduzir.
Saber o que superar.
Saber no que insistir.

O bem-estar perde garra.
A paz, que cesse a porfia.
Pras estrelas maiores as noites,
pra mais próxima, o dia.

Tudo em equilíbrio.
Nada há que seja vão,
inútil, na Criação.

Existem matemáticas sob tudo,
que não chego a alcançar.
Na Música, na Química,
na Astrologia, na Física
há!

Mas algo indômito pulsa,
inscrito nessa pauta.
Tanto alcança o verme
quanto alcança o astronauta.

Uma vontade de coesão,
de unidade.
E a unidade mais bonita
é de multiplicidade.

Só o que quis dizer
é que a imagem de Deus é o Amor!
Quem não tiver tido pista
pergunte a algum escritor.

Criador de microcosmos,
vivencia-O, é certo.
Fá-lo sentir-se vivo.
Fá-lo sentir-se completo.

Sua forma simples de socorro
é inocular o Verbo.



(REC-CNF, 3/6/2019)

sábado, 8 de junho de 2019

DERRAMA

Tudo que invade expulsa algo.
O convite muda a dinâmica.
Se fez-se por convite
o que era expulso derrama-se.

O derramado aumenta sua área de cobertura.
Ninguém lhe vê tragédia.

Poucos enxergam a ventura.

Como se quanto mais vasto o território
maiores os efeitos todos.
Os tidos por perfeitos.
Os tidos por bobos.
Os impercebidos
mas bem-vindos mesmo assim.

(Só o triste vê-se em degredo:
"Estou falto de mim!").

Expulso só está
o que não vê graça na amplidão.
Dobra a vista de tudo
o visto dadas as mãos.

Mais perspectiva.
Mais saberes.
Mais sabores.

Mais trejeitos.
Mais a respeito
das cores.

Tudo vai a mais
se vamos a mais também.
E o mês já não é só um mês,
são muitos dias, de mais horas ainda.

Nem tudo,
do dividir-se,
finda.

A cada dois em dois
quatro.
Acho que não fui bem explicando,
mas se dá conta do retrato?

quinta-feira, 6 de junho de 2019

DECISÃO

Um consórcio entre minha consciência e os fatos,
obrigando-me a ser reto em tudo o que faço.
E são os mais belos consórcios que atraio
para me ajudar no itinerário.

Tudo o que o faz doce.
Tudo que me faz cônscio.
Tudo que me faz merecedor
dos meus próprios encômios.

Feliz de o homem velho
ser matéria do passado.
Feliz da água nova,
que cheira a batizado.

O que de melhor tem o terreno pisado
são as oportunidades.
Nada importa o transcorrido.
Nada importa a idade.

Importa a firmeza.
Importa o alinhamento
de atos e intenções.

Melhoramentos, de fato,
das mais belas proporções.
É assim que se vive inspirado.
São assim as decisões.


(REC-CNF, 3/6/2019)

quarta-feira, 5 de junho de 2019

LUME

Os poetas dizem coisas assombrosas:
"O fogo ilumina muito, por muito pouco tempo".
Mas a pira aspira à eternidade.
Alimenta-se, não vive de azar.
A pira respira o ar!

Seus encadeamentos, de longo tempo,
atraíam a paz.
Como o lume, simples,
que não investe abrupto contra a escuridão
porque sabe que, de certa forma,
completam-se provando-se.

A aprovação faz-se do fio dos dias,
onde a surpresa foi-se abrigar.
Não morre do susto que não dá.
Já é outra! Estações, estações...
(também há belas obsessões).

Como é muito bela a de prosseguir.
Porque prosseguir é do que tudo depende.
Depende a ação, depende o suspense.
Depende o próprio ter existido.

Entenda-me. Entenda-nos.
Estarmo-nos nas tintas é apenas
estarmo-nos também nas tintas.
Porque lá vão e nunca ficamos atrás.
As tintas destinam-se ao futuro
e tudo eu aturo por este escuro tão... capaz!

Já não sei, nem importa,
qual de nós já era eu.
Quem me recuperou, por sorte,
sabia que se escreve no breu.

A impressão dá-se!
Dá-se sempre!
Só não se dá
sobre o que não pense.

Eu não tenho medo de pensar.
Mas já sei bem sabido
(Bertrand Russel é meu amigo...)
que muito mais importa pensar o amor,
do que pra matá-lo, pra trazê-lo à tona,
que a lona se destina ao que nos pesava.

Você sabe lá o que é ter asas?
Não imagina? Então não as tem!
Imagino-me iluminado
mas o caminho não se detém.

Já tentou parar a roda?
Não se para!
Nem para ficar fora,
nem para o milhão!

O que quero quero simples,
franco, e com educação.
Polido, pra luzir melhor!

E você, se lembra do lume?
Pois é! Preste atenção!
Eu lhes estive falando!
(estive sem pretensão!)


(CNF-REC, 31/5/2019).

CANÇÃOZINHA

Para Fafá.

Ouço ao longe
um barulho de música
que me contempla,
me compraz.

Ouço ao longe um som bonito,
como um marulho de paz.
Como se em lugar dos edifícios
fosse o mar a me procurar.

Como se no em que sempre estive
encontrasse enfim meu lugar.
E ele é o do sorriso,
é tímida luz.

Um que sem qualquer esforço
é o que em real me seduz.
Naquela fusão entre realidade e sonho.

E vou guardar para nós
a música que nos componho.




Recife, 2/6/2019.

ATIVO

Há uma trilha que leva por um caminho.
Ele não se pode ver, mas adivinha-se.
Um trauma não é nunca bonito.
Mas há surpresas que valem um carinho.

Estancar é impossível.
É pura ilusão a detença.
O movimento da Terra compensa tudo.
Muda os dias.
Muda as estações.

De estação em estação
sem preocupação de destino.
De novo trata-se do caminho.
Trata-se de absorvê-lo
(Opino).

Tanto oferecimento!
Tanto se compartilha!
Essa oferta é tudo
(e a espontânea é mais bonita!).

A esperanças que parecem ter-se perdido
outras substituem-se.
Nunca o esperançoso está falto de força!

Ela é seu motor.
Ela o guia.
Tudo é transformador!

Outro você.
Outro o rio.
Rir de nervoso
(rir porque inocente...)

Ou porque sorrir é estar generoso.
Vou rindo e atento
(De tudo me absolvo).

Em tudo me empenho.
De nada me poupo.
Porque viver inativo
é viver muito pouco!


Sapoc, 27/5/2019.

terça-feira, 4 de junho de 2019

É O TEMPO!

Com o Sol a pino
atino pro Nodo Norte.
É uma sorte sabê-lo em Virgem
(É uma sorte se o trabalho não aflige!).

Arregaçar as mangas da alegria
pré-constituída,
armada em modo de vida.

Tenho professora de sorriso.
Tenho atenção.
Tenho siso.

Às vezes à noite cismo,
mas sei dos trilhos e do trem.
E mesmo já sei, um pouco,
não descarrilar.

E sobre isso de, às vezes,
ser mais a direção que o passo.
E não tenho medo de tentar,
não conheço o fiasco.
Conheço o primeiro passo pra chegar.

A energia posta é boa,
uma espécie de alma que entoa,
que prescinde de alguém a cantar.

Os obstáculos não se adivinham,
mas o ânimo o tenho prontinho,
bom e sem desespero.
Já antes de ver sinto o cheiro
do jardim que me virá.

E por ser bom eu o chamo fragrância.
E  nesta modesta instância
a infância me pode voltar.

Na inocência de não ter reservas,
de abrir-me espontâneo.
De ser capaz de dizer que amo,
e de dizer como sou.

O abraço é um escudo.
Seu calor diz tudo!
E regenera, essa radiação.

Que bom!
Temos do que sermos pródigos.
Não precisa nenhum código
além do bem dizer.

Então nos bendigo a todos,
e contamos todos com o apoio
das estruturas do sentimento,
afirmação e firmamento.
Pra chuva, pro Sol,
pra florir...é o tempo!