quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

MIRANDO MIRAGEM

Olho agora para onde ela estava, 
e vejo que já não está.
Talvez não tenha sequer estado;
eu sou bom para imaginar...

E este deserto anda tão quente,
que é perigoso a gente
estar a ter miragens!

E para tê-las com tanta beleza,
talvez fosse preciso destreza,
mas não é preciso coragem.

A coragem só agora me falta,
a estação já estando mais alta
e o sol cada vez mais a pino!

E desejo bem-vindos a moça e a calma,
de que na ausência revestiu-se a alma,
quiçá para abolir desatinos.

E não preciso de mais que isso;
não me preocupam compromissos,
apenas que a moça haja!

Dispensa-se, portanto, o esforço.
Estará investido o moço
na sorte de contemplá-la.

Invisto a minha sorte
em esperar que o tempo me aporte
a restituição do que vi.

Talvez não espere muito,
é só administrar o tumulto.
Janeiro está logo ali!

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