Para nós, que aqui estamos.
Disse a Lennon Yoko:
"Rapaz, quando morto,
não leva consigo mais que alma!"
Eu digo: não deixe que seja pouco!
Para onde vocês vão,
é vão dinheiro.
Então sigam a japonesa,
e expandam-na primeiro.
(comecem já em dezembro,
não esperem por janeiro).
Não se gastem em amealhar!
E não digo porque me agaste
a ideia do acúmulo,
mas porque errar quanto ao que se estoca
é que me parece absurdo!
Porque aquilo que você faz,
vai-se tornando você;
mas tudo o que se compra
se destina a se perder.
E não sou o arauto
de um regime comunista
(embora, de certa forma,
intuo que ele exista).
Mas num outro plano,
e não digo planos de economia,
dos que se faziam por lustros,
na Rússia como então havia.
Digo "plano"
como quem diz "dimensão".
Outra esfera, mais etérea,
avessa à acumulação.
E se vão-se dar à poupança,
sugiro que poupem tempo.
Foi sua mais fina herança,
escolham em que a lançam,
escolho como o empenho.
A felicidade não se compra,
e assim é porque não se vende.
Então não importa o seu sonante,
nem o de nenhuma outra gente!
Mais rico é o que se gasta,
dando-se à arte de se melhorar.
Porque o que melhora aqui
é o melhorado de lá.
E o retornado a isto, à Terra,
também há de já vir melhor.
Talvez não melhor a ponto
de saber as sonatas de cor,
apenas melhor a ponto
de ter deixado o seu pior.
E não me alongo no assunto,
"só sei que nada sei".
Só digo o que presumo,
mas um dia saberei.
Então façamos resumo:
preocupe-se mais em ser gente,
que o que só pensa no vil metal
arrasta o metal de correntes.
Escolha outra pauta pra soar-se,
pautas, quiçá, mais ricas;
pautas de libertar-se!
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