sábado, 6 de dezembro de 2014

ATLAS

Vejo, olhando pro globo,
o desconcerto do todo:
O norte vem ao sul
só para o enlace da Austrália.
E se meus braços pedem menos,
o que os atrapalha?

De leste a oeste da cama,
parecem-me léguas.
E que voos, que milhas me levam
ao lasso laço de tuas pernas?

Nada me parece levar
aonde elas te levaram;
bateram-se noite adentro,
e se me escaparam.

E se me escaparam,
como as recupero?
Carrego nos ombros o mundo,
mas nada espero.

Melhor faço voltando a dormir,
que o sonho é terreno livre.
E se posso sonhar contigo,
não há nada de que me prive.

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