Para Flávia Berwanger
Nunca, moça!
Nunca te conforme às prisões!
São tão tuas as chaves
quanto são os grilhões.
Escapa à tradição!
Dribla tua mente.
O mundo é teu!
(Que te dessedentes!)
Fartura d'água
traz iluminação.
Do momento que encerra
a escuridão.
Revolve-te!
Vasculha-te!
Acha-te!
Procura-te!
Eu sei que a liberdade
em excesso estiola.
Mas é melhor ser livre
que envergar a bitola.
Lembra o poeta meridional:
"Girando, esquentando
só pra ver até quando
o amor aguenta o caos".
Gira e vira o mundo.
Nem César, nem Raimundo.
Sem rimas nem cifras,
nem solução.
(Porque és tua própria adequação!)
Cruz Alta,
do monte mortiço às nuvens!
O panorama é teu,
que o cruzes!
Manaus, 6 de agosto de 2017.
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