sábado, 12 de maio de 2018

FAROL

Estou sentado em Tambaú,
lendo a vida de Clarice.
Penso em Belém,
penso no Recife.

Penso em Valinhos,
e em que destino
tanto destino encerra.

(Será que Belo Horizonte
é mesmo a minha terra?)

Penso na subversão
de tudo que quiseram pra mim.
Talvez cabelos loiros,
ou olhos dum claro sem fim.

Pra mim está muito claro
que nada disso importa,
pois faço clarão de tudo!

(Tenho feito em meus desejos
de cabelos e pele escuros).

Gente é um troço tão rico!
Sinto que o é de fato!
Não tenho mais medo dos riscos,
de nada me embaraço.

Já me permito abundâncias
de multiplicar seus recursos.
Pra um uso fraterno e aberto,
nada avaro ou obtuso.

A hora é de viajar longe,
sem sair do lugar.
Contando com a benção divina
naquilo que Lhe rogar.

Peço a arte de reconhecer
todo o em mim investido
como forma de iluminar
muito (o) menino perdido.

Vou observando seus manches,
por ter sobrevivido a tempestades.
Guiando-os a guiarem a si mesmos.
Sempre é tempo!

(Nunca é tarde!)

E torço pra que também prestem
a atenção que aprendi.
E abreviem desta vida os testes,
que nosso lugar não é aqui!


João Pessoa, 26/9/2017

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