Fique à vontade,
ou fique a vontade por seu lastro,
garantia da circulação de nada.
E de que valeu-me afeitar-me a navalha?
Foi uma vaidade descarada.
Um limpeza que não limpa nada.
Os resíduos são o lume que se vê ao longe.
Nada do que não se declara se esconde.
Toda luz quer brilhar-se,
mesmo a do fraco,
que só pensa em queimar-se.
Prefere o falso conforto
de não ver um palmo adiante.
Pouco se dá conta
de que nada o garante.
Porque o medo,
assim como a coragem,seu reverso,
é uma espécie de lanterna
que se irradia sobre o que se projeta.
(O que se teme
ou o que se peça).
Pouco se me dá chão ou teto!
Tome e guarde a face,
eu me liberto no verso!
João Pessoa, 30/5/2017.
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