terça-feira, 13 de janeiro de 2015

JACARÉ CORUJA



Adoro ser Jacaré Coruja,
não quero mais nada que surja,
gradua-me e agrada-me a conjugação.

Sou couro e sou pena,
durmo molhado ou sou antena
captante por toda a noite.

Isso dá pai dedicado ou aflito e,
quando banhar-me nos rios,
alguns verão crocodilo.

Ou alligator, se for gente gringa,
ou também gente que prefira
diferentes alegações.

Eu já nada distinto alego,
pois o instinto que carrego
diz que o de que provo me basta.

E o bastante me serve à fartura,
é muita a matéria para a mistura,
com mais o mineral cardíaco.

Não é coração de pedra,
mas uma pedra-coração,
que é coisa bem mais bonita!

É uma espécie de fundação,
uma inauguração,
da minha vida corita.

E diz a lenda que se escreve
(diz-se assim porque assim me serve)

que vou a homem com um beijo.

Então vou banhar-me é nele,
e também dele voar-me.
É como me presenteio.

E como me presentifico,
esqueço o passado e o futuro é infinito.
Está visto que fico Corito.


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