quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

GRITO E CORRO (Já era manifesto...)

Se acha que versos são coisa sagrada,
e que a poesia deve ficar intocada
depois que tantos (?) tão grandes viveram,
não entendeu o que escreveram

(nem sempre o que se quis foi a morte!).

Havia impulsos de vida ao lado dos suicidas.
Cantaram o amor, ou qualquer bobagem,
mesmo os que o contraindicaram. 

Quero saber agora: 
Quem empunha a pena e não faz "tabula rasa" 
de quantas regras se conceberam?

(Ah! Muitos? Percebo...)

Perdoariam, talvez, o que escrevo.
Os mais generosos, ao menos,
com este menos tão pequeno.

E daí se quase sempre me grafo?
Se debateria o Carlos,
O Carlos maior du monde

(do mundo só de longe...)!

Aquilo é a vida toda! 
Me liberta! Me oprime!
Quem bebe muito daquilo já nem se exprime!

(E quem não fica embasbacado?
Um momento! Engasgo...)

Mas sinto um impulso(,) tremendo!
Nem sei o que estou escrevendo!
Leio e entendo depois.

Outras vezes não entendo nada,
perambulo pela casa,
rei de mim que jamais se depôs. 

Não adianta! Não deponho a pena!
Minha alma não se aguenta,

em ter de fazer disso o luto!

Dissolvo-me em versos errados,
choradeira de torturado,
ou poema de autoajuda.

Poesia laudatória, vexatória,
versos de qualquer hora.
(Versos são o pão!)

Quem não gosta não lê! 
Não reclama!
Vou continuar fazendo! 

Tá tudo azul!
Me dizia a Chiquinha estes dias:
"É preciso tirar o dedo do cu!"

Vão ficando aí minhas rimas pobres,
se as quer melhores, não mas cobre,
recubra o seu próprio espírito.

Esse azinhavrado cobre,
que se diz ouro,tão esnobe! 
Experimente a dissipação!

Tome minha musiquinha vagabunda,
espero até que a sua surja,
na perfeita metrificação!

Escansão? 
Eu nem sei o que é isso!
Falta talento, eu não me arrisco!

(Redondilhas e sonetos 
são só para a leitura!)

Chega! Me perco!
(Notou? Sempre abandono o barco.
 É estilo ou sou pré-moldado?)

Dane-se-me-dana!
Meu eu quase-lírico não me atura!
Venha a tertúlia toda!

Vamos invadir essa porra!
Banho de sangue,
liberdade às criaturas!

Grito isto aqui e corro,
ou me mato ou me morro!
Ou me cidade, urbano...

Mas vou gozar na carne o meu tanto!
Chega do status:
masturbando.

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