quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

ALEGREMO-NOS, SENHORA! (In favor gay)

"What else should I say?
Everyone is gay."- Kurt Cobain, "All Apologies".



Quando o interlocutor me diz: 
"Sou gay!",
isso não me alegra,
nem me faz triste.

Não há como prever o que existe
por baixo dessa informação.
O primeiro que me ocorre é respeitá-lo,
como faço com qualquer cidadão.

(a senhora, para fazê-lo,
 não tire do armário 
 palavras de baixo calão;
 elas a rebaixam, a eles, não.)

Com apenas dizer-se gay,
não aumenta muito o que lhe sei,
que é sempre bem pouco,
com só o que vejo.

Talvez presuma alguma alcunha
que sofra pelo alheio preconceito.
Mas não há nada que resuma,
em poucas linhas, o que lhe vai dentro.

Talvez não me arrisque
em dizer que há risco,
até mesmo, em dizer como aproveita
as horas, também felizes pra ele,
que se dá em sua cama, se se deita.

(Nem se sabe como se ajeita,

 se à esquerda, se à direita...).

Preste atenção, minha senhora;
não quero deixá-la contrafeita,
mas peço que não se confunda:

os gays não são uma seita,
não há diferença nenhuma,
além das diferenças que se exerçam.


"What else could I write?
 I don't have the right". Idem

And who shouldn't be all apologies, anyway?


Nenhum comentário:

Postar um comentário