quarta-feira, 6 de junho de 2012

Fascículo (Essência III)



Sou uma bomba-relógio
Passada de mão em mão
A todas meto em apuro
(E quem não foge a explosão?)


Sou uma bomba-relógio
Círculo vicioso?
Roda da fortuna?
Ninguém sabe!
(Não sou una...)
Sou esfacelação


Sou uma bomba-relógio
Linho, seda, algodão
Nada envolve minha engrenagem
Nem nada me adorna o porão
Pólvora sem combate
Vela sem embarcação


Sou uma bomba-relógio
Singro, single, mares
E se amares meus vagares 
Somos naus em derivação


Fábrica de barcos
Bomba sem decência
Relógio que só marca
Hora de incandescência 


Sou uma bomba-relógio
Na esquina dos aflitos
Que espreitam pela hora
De explodirem-se em conflito


E no 13, numero qui sort
Descobri meu azar
Descobri que ninguém pode
Esta bomba desarmar


Sou uma bomba-relógio
Fascículo sem promoção
De cujus problemas se agitam
Sem divisar solução

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