terça-feira, 12 de junho de 2012

Conformação




                                                                                     " Vejo a lágrima que escorre
                                                                                                                     por cima da minha pena.
                                                                                                                   Ai! A pergunta é sempre enorme,
                                                                                                                   e a resposta tão pequena..."

Quando estive pela primeira vez só neste espaço que eu mesmo conformei, andando, deitado, lendo o que outra gente disse, num tempo que já não existe, pareceu-me tudo perder o sentido. E que importa se sou eu aqui e há quadros de rock e o telefone se desliga na madrugada porque não há quem em emergências me solicite ou se é Sofia, são seus pais (sãos...) e uma garotinha pula corda na parede entre borboletas em vez dos Fab, mortos pela metade, que não atravessam jamais a rua inteira?!

Não, nada faz sentido...

Sunday morning is everyday for all I care. And I care for nothing. Careless whispers... nothing!

Não, nada faz sentido...

Mas a direção é a liberdade. Fazer sentido em face de quem? Não tenho de fazer sentido! Sente isso? É já agora por mais que o soldo (for which I sold my soul) que sou grato ao meu trabalho, esse mesmo qualquer, que me impõe unidade. O que mais me obrigaria a "reduzir a desordem estuporada da vida a uma unidade de significação"?

Não nos é dado decidir sermos únicos, Helder. Mas quis uma unidade destas 36, talvez até pra ouvir melhor o que você tinha a dizer. Mas talvez não seja bom ouvir tão bem.

Nada faz sentido...

Também não tem  unidade. Que unidade em mim? Aquela esfacelação do outro dia numa eterna sorte e quinze a um clique arrastado das quinze para a morte. E o mundo se arredonda nesta debutação minutante, e não fiz antes (antes fizesse!) minuta da minha vida. Ou fiz, Gary 97 myself left on the road. Just a matter of time! E eis que myself left on the old, sinistra maturação.

Mas houve riso! Ouve, riso, o meu choro e o transtorne gargalhado! (Gargalhada de transtorno?!)

Nada faz sentido...

Só o soldado, Quintana? E o faz sentido? Ou se conforma... E a que palavras conformarei este ré-maior, lá-menor, dó-maior, sol sobra que murmuro sem articular? Tocasse piano, aquele tão música que não impusesse esta violação do silêncio, ou fosse mais clássico o seu acordoamento. "c" por "t"? "Ser" por "ter"? C'est porter quoi? Só sonoração...

Nada faço sentido. O melhor esconderijo, a maior escuridão, já não servem de abrigo. Os olhos se acostumarão. Os olhos...

Sinto muito! Eu sinto tanto! Eu nada sinto...

4 comentários:

  1. Uau! Uau! Uau! Uau! Uau! Uau! Uau! Uau! Uau! :)

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  2. uau mesmo =) não sei se só estou muito manteiga derretida, mas suspeito que seja mesmo o texto, que mexeu comigo de tão lindo...que objetivo mais nobre é a liberdade, que sentido é esse que cansei de procurar, e sentir...sentir um dia talvez, em breve espero, colocar tudo na explosão antes que imploda...Viagem, eu sei...mas não seria eu se não o fizesse =) Fiz sentido? suspeito que não =P

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  3. Respostas
    1. é o que importa, e sentido foi...a saudade, porém, sempre o será...

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