domingo, 30 de junho de 2019

VIVI EM PERNAMBUCO


Para Tom, pequena coruja pugilista.
Para Fá.


Vivi em Pernambuco.
Não fui rei.
Não fui seu amigo.
Não fui usineiro.

Não fui holandês.
Não bebi cana.
Não tive fase monarquista,
nem tive republicana.

Pernambuco onde se versa.
Pernambuco onde se ama.
Eu amava na ala.
Não tinha aias,
não tinha mucamas.

Só tinha o que tenho:
olhos vivos, negros,
e de muita esperança.

Pernambuco, não me detenho!
Não vê que Minas me chama?
Em Minas sigo pulsando.
Em Minas a minha derrama.

Também Minas a coruja sobrevoa,
apenas nunca em bando.
Em Minas a coruja abençoa
tudo que sigo amando.

Em Minas há claves e pautas,
e a música segue soando.



RECIFE, 30.6.2019

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