terça-feira, 11 de junho de 2019

40

Os quarenta já tentam me dizer
que qualquer dia é propício
pra se começar a viver.

Acordar de um sono profundo,
em berço esplêndido, ou nem tanto.
Tudo, de tanto, por fazer,
e não se garante nada!
Nem o solo da canção tão ouvida,
e que sempre esteve gravada.

Não soará igual.
Nem o mundo parecerá o mesmo.
E aparecerão versos mais bonitos
que os sobre vagar a esmo.

Mais beleza em Norte e Sul,
Leste e Oeste.
Beleza na bússola e nos mapas.
Em, na falta do caminho aberto,
ser capaz de fundar a estrada.

Mas construí-la com atenção,
empregando bons métodos.
Alguns aprendidos dos avós
e a se transmitirem aos netos.

Tratar de tramar o amor
com os fios claros da Alegria.
Ver na escuridão o repouso
necessário ao brilho do dia.

Exultar dessa chance
desde sempre programada.
A luz e o calor prenhes
que se sucedem às madrugadas.

Prenhes e fertilizantes!,
transmissores de bençãos.
Que podem ser replicadas
(é mais fácil que pensam!).

Olhos no caminho.
Olhadelas para o céu.
E lavro o consolidado
com caneta e papel.


SAPOC, 7/6/2019.

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