O porto de partida
é o de destino.
Sob a pressão macia
de um bálsamo lento
(lento porque cuidadoso).
Descendo como limpeza
por sobre todo o viscoso.
Sempre será santa
a disposição de se melhorar.
Mesmo quando não tanto
a que nos conduz até lá.
Porque sendo ainda homens
é própria de nós a inflamação.
É próprio buscar concurso
e abdicar da inação.
É metafísico, e físico até,
a propulsão vir-nos do atrito
provocado pelos pés.
Os pés são pro chão,
dispensa-se coragem.
É natural,
é voragem.
É linda a consciência.
É celestial conduzir.
Saber o que superar.
Saber no que insistir.
O bem-estar perde garra.
A paz, que cesse a porfia.
Pras estrelas maiores as noites,
pra mais próxima, o dia.
Tudo em equilíbrio.
Nada há que seja vão,
inútil, na Criação.
Existem matemáticas sob tudo,
que não chego a alcançar.
Na Música, na Química,
na Astrologia, na Física
há!
Mas algo indômito pulsa,
inscrito nessa pauta.
Tanto alcança o verme
quanto alcança o astronauta.
Uma vontade de coesão,
de unidade.
E a unidade mais bonita
é de multiplicidade.
Só o que quis dizer
é que a imagem de Deus é o Amor!
Quem não tiver tido pista
pergunte a algum escritor.
Criador de microcosmos,
vivencia-O, é certo.
Fá-lo sentir-se vivo.
Fá-lo sentir-se completo.
Sua forma simples de socorro
é inocular o Verbo.
(REC-CNF, 3/6/2019)
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