Os poetas dizem coisas assombrosas:
"O fogo ilumina muito, por muito pouco tempo".
Mas a pira aspira à eternidade.
Alimenta-se, não vive de azar.
A pira respira o ar!
Seus encadeamentos, de longo tempo,
atraíam a paz.
Como o lume, simples,
que não investe abrupto contra a escuridão
porque sabe que, de certa forma,
completam-se provando-se.
A aprovação faz-se do fio dos dias,
onde a surpresa foi-se abrigar.
Não morre do susto que não dá.
Já é outra! Estações, estações...
(também há belas obsessões).
Como é muito bela a de prosseguir.
Porque prosseguir é do que tudo depende.
Depende a ação, depende o suspense.
Depende o próprio ter existido.
Entenda-me. Entenda-nos.
Estarmo-nos nas tintas é apenas
estarmo-nos também nas tintas.
Porque lá vão e nunca ficamos atrás.
As tintas destinam-se ao futuro
e tudo eu aturo por este escuro tão... capaz!
Já não sei, nem importa,
qual de nós já era eu.
Quem me recuperou, por sorte,
sabia que se escreve no breu.
A impressão dá-se!
Dá-se sempre!
Só não se dá
sobre o que não pense.
Eu não tenho medo de pensar.
Mas já sei bem sabido
(Bertrand Russel é meu amigo...)
que muito mais importa pensar o amor,
do que pra matá-lo, pra trazê-lo à tona,
que a lona se destina ao que nos pesava.
Você sabe lá o que é ter asas?
Não imagina? Então não as tem!
Imagino-me iluminado
mas o caminho não se detém.
Já tentou parar a roda?
Não se para!
Nem para ficar fora,
nem para o milhão!
O que quero quero simples,
franco, e com educação.
Polido, pra luzir melhor!
E você, se lembra do lume?
Pois é! Preste atenção!
Eu lhes estive falando!
(estive sem pretensão!)
(CNF-REC, 31/5/2019).
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