Para Fafá.
Mora nela,
que nenhuma filosofia é tão feliz.
Nada há mais profundo que sorrir.
E é no profundo que se pode mergulhar.
A profundidade é a condição de navegar,
como singrar é melhor que sangrar.
Olha que há mais felicidade nesse mergulho
do que há metafísica nos chocolates!
Um cobrir-se que é como revelar-se,
como relevar todo mal.
Fazer atenção, apenas,
ao que se sente indescritivelmente,
inefável e doce.
Um afligir-se que é suavizar-se.
Infligir-se, de bom grado,
o que Cupido não pôde.
Ou talvez seja obra dele tudo que houve,
e o que há?
O que há é um caminho que adivinho lindo,
e a vontade de o trilhar.
Porque quem trilha avança,
e é bonito avançar.
Fazer da vida plataforma
de não dar tempo de chorar.
Deixar que tudo se revolva dentro,
que é falso esse tormento,
salvo se tormento é bom.
Não há como atirar contra o tempo,
nem decidir se é frio ou calor.
Seja como for é quente!
Não sei nada dos ingredientes
mas me nutro do sabor.
E me embriago direto da fonte,
gostando de molhar desde os pés.
Um mais bobo que se valha de pontes,
eu vou de ponta na fé.
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