sexta-feira, 24 de maio de 2019

AVANTE

Minha alegria está sempre a postos,
não é preciso rogar.
Como o que sabe que se reservando
vai-se deteriorar.

Como a água que sabe, ainda doce,
que seu destino é o mar.
E que no mar não é eterna.
Graças ao sol,
que torna a trazê-la aos céus,
de onde a despeja, recuperada.

A água em movimento é salutar!
(Já é outra coisa a água parada.)
Melhora-se a bem de tudo que toca.

Do plantio.
Do dia de sol.
Do menino sadio a correr no parque,
onde não pode restar.

Vai-lhe custar fazer-se homem,
pra nem assim descansar.
O homem é água também,
e mal sabe sobre o anjo,
a cuja condição, para alçar-se,
seguirá trabalhando.

Sua água, tampouco estanque,
vai fazê-lo transpirar.
Chorar até! (Que que tem?!)
Ela faz o necessário,
apenas não se detém.

Porque da lei do trabalho
somos todos reféns.
E somos os cativos
que nela nos libertamos.

Porque somos os ativos,
ativos porque amamos.
Como nos amamos já sem nos ver.

A marcha é irrevogável,
nada a pode deter!


SAPOC, 17/5/2019.

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