Todo mal de que estou pejado
vou deitar fora pra alívio.
O alívio de livrar-me
do que me subtrai a meu crivo.
Do juízo mais honesto,
e mais generoso também.
Dos olhos que me perscrutam
procurando minha cota no Bem.
Porque é a essa cota
que aplicarei o fermento,
descansando na verdade
e esperando o milagre do Tempo.
Porque nada há, do sensível,
nada mais sem burla que o Tempo!
No máximo se sente rápido,
ou se sente mais lento.
Mas não existe furtar-se-lhe,
nem a suas potencialidades.
Não se poderá no futuro,
não se pôde em outra idade.
O fluxo é eterno,
e também o nosso, rumo à perfeição.
Já te é dada a angelitude,
é só matéria de extração.
Então abra sua mina,
que ela não se pode esconder.
E deixe minar sua luz,
no seu próprio alvorecer.
CEAL, 11/5/2019.
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