sexta-feira, 13 de abril de 2018

EM POSIÇÃO

De que me vale a madrugada
senão para o canto?
De que me vale agitar-me tanto,
a tantos?

A paz faz-se convulsa
por estes cantos.
A paz que não espera tanto,
derrama-se caudalosa pelos nortes todos da bússola.

A paz vai de Marte à Rússia,
tudo tão beligerante!
Tudo pelo sabor inédito do instante

(e ainda assim tudo com'era antes?)

Separaram-se Céu e Terra?
Não o enxergo!
Talvez por eu ser cego
(e por ser nisso confesso)

Mas de um vê-se o outro 
o tempo todo.
Não se vê mesmo outra coisa.

Um desejo que se impõe não é escolha!
E a imposição mata a coisa toda.

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