Sorri a morena,
lampejam os olhos da nega.
Seu calor me abrasa se assoma,
como se deitado na grelha.
Todo me desnaturo,
proteína, os átomos todos.
Como viver neste estado?
(E é só no que pensa o povo!)
Todos falam de amor,
e falham em esconder o que sentem.
É um troço de si clamoroso,
demorado ou de repente.
É a hora de uma verdade
que já nem devia causar impacto:
diante do amor, essa força,
mesmo o mais forte é frágil!
Duma fragilidade de indefeso,
que pensa gozar liberdade
estando em verdade bem preso!
Não que lhe dê sentença,
ou sua execução,
a criatura em que tanto pensa
e não lhe deu mais que a mão.
Mas é que o amor é o senhor do tempo,
senhor do humano e do espaço.
A tudo recobre em espalhafato,
mas infenso a qualquer estudo.
Já ia dizer que nos consome,
mas na verdade consome-se em tudo!
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