terça-feira, 10 de abril de 2018

CINEMA (da Augusta)

Gosto do escuro do cinema,
em que salta a projeção.
Em que me assalta o sono
se após a refeição.

Gosto da luz do cinema,
em que protegido me projeto.
E abandono-me a mim
como se no deserto.

Gosto da penumbra do cinema,
em que o pensamento inconfuso
me estiola da lucidez
da fantasia que me infundo.

Gosto do silêncio do cinema,
da falta do grito do teatro.
Eu o abandono à tensão
e você o premia com o tato.

Gosto do conjunto do cinema,
de ser 'réalisateur'.
De dirigir-nos prali
sempre que se puder.



São Paulo, 8/4/2018.

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