sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

ESCURA

Me acusa com injustiça!
Não quero matá-la,
quero que viva!

Quero que se imbua 
muito, disso que é a vida!
Tanto a ponto de cuspi-la.
Cuspi-la a todos!

(que é reparti-la!)

Por que alvejado por isso
que de tão óbvio é tão claro?

Por que tanto me encantar
do preto, do moreno, do escuro?
Disso tudo que lembra a noite e sua abrangência,
que é um apuro!

Bem urdido e inevitável,
meu desejo é incansável
nas valências de Valença,
que antes soube o segredo
e soprou-me a sentença:

Não cansa.
Não para.
É moto contínuo,
e é de minha lavra

esta confissão na madrugada,
que aqui assino e alvejo a noite
de só escura em estrelada.

Do que mais gostaria
era de alcançá-la!

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