sábado, 17 de fevereiro de 2018

NAVAL



Recife, 11/2/2018.

    O Mercado da Boa Vista, na manhã de domingo de carnaval, deixa aflita de ativa minha alma de cronista. Tantas cores se desfilam, tanta tradição encartada nos anos dos foliões! Tanta saudade vaza junto com o gozo do momento! Sinto o carnaval protegido de tudo que lhe quer puxar o tapete. O novo e o velho estão num acordo terno de defesa do que é imortal.

    O resto de mim vai a Olinda pra que me seja mostrado o que é feito dela no carnaval. Uma imensa zona franca! Na 13 de maio todos podem se passar, mas ninguém passa! A fricção é a regra da casa, o choque, inevitável. Dois corpos ocupam o mesmo lugar no espaço (Talvez ocupem-no três!). Um tem o susto da novidade, outro a habilidade do freguês. Não consigo calcular que riscos corro, mas não deixo de me divertir. Penso que é muita sorte, já que sempre quis estar aqui, nesta vila linda, na folia, no que se diz a capital do Nordeste, já que a Bahia é um país. 

    Pernambuco é mais do que se quis! Porque nunca previ a arruaça de mim. No Brasil não há raças, são todos navegantes daqui! E o carnaval é a hora de cada um se servir do país.

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