terça-feira, 30 de janeiro de 2018

NUNCA NADA (Nada nunca!)

Me perdoa, meu Senhor!
Eu enterrei gente viva!
Não suportei a derrota
de uma vitalidade tão fria!

Me perdoa, meu Senhor!
Eu abusei dos dons!
Notei que era a mortalha
o que lhes correspondia ao tom!

Me perdoa, Senhor!
Não sei quem sou!
Ainda não entendi o roteiro
mais certo pro que estou!

Mas posso pedir-lhe, Senhor,
pois sei onde quero estar.
E vou seguir caminhando
até reconhecer-me lá!

Não paro, Senhor!
Sou peregrino!
E não vou deixar nenhum tumulto
desandar o meu menino!

Guardo a pureza, Senhor!
E aprendi a salvaguardá-la!
Daqui sei que nada levo,
mas nunca o que se aprende é nada!

Nenhum comentário:

Postar um comentário