quarta-feira, 26 de agosto de 2015

SONOS

Pergunta-me a moça
"o que faço com o sono?".
Esse livro eu escrevo
e em vários tomos!

Porque o sono é a queda mais livre,
a que mais me atrai.
Mas não me cai esse sono,
e eu o procuro demais!

Mas há na noite tanto,
na aparente solidão,
que me cubro com seu manto,
pálio de inspiração.

"Eu faço samba e amor até mais tarde,
e tenho muito sono de manhã".
Disse nosso Chico, matutino,
esparramado em cama ou divã.

Então aceito o destino
de mais sonhar acordado.
Não me parece tragédia,
que tudo tem sempre um bom lado.

Mas à moça digo
que se tem sono durma-o profundo.
E pelo menos restaura-se a moça,
e eu me instauro no mundo.

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