Disse à moça que era a musa da canção.
Respondeu-me "Quem dera!".
Mas é de fato um anteparo
de mortal comparação.
Mas é tudo isso verdade,
talento que não lhe aproveita.
A moça nada sente,
mas eu perco colheitas.
Porque cada flor que deparo
noto, não há socorro,
não ser flor sertaneja.
E o que faço? Corro!
Corro sempre em direção oposta,
mesmo estando as moças dispostas
a núpcias ou aventuras.
Porque o meu filme de ação,
sendo a cidade meu habitat corriqueiro,
não se passa, claro, na cidade.
É um filme sertanejo!
Mas a trilha só pode ser outra,
ficamos assim combinados:
a música não é sertaneja,
pode ser até tango ou fado.
E de fato me enfado
em qualquer outra paragem.
Que vida triste a que levo,
só ter a musa em viagem.
E nem é viagem estradeira,
porque no fim da estrada
já não me espera companheira.
São viagens que faço pra dentro,
nutrindo meu frustro intento
de um dia recuperá-la.
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