sábado, 1 de agosto de 2015

DESVENDADO

Ninguém quer amor tíbio.
Não existe amor inseguro.
Ninguém quer, parece claro,
um sentir que está no escuro.

Não sei bem o que digo,
talvez não faça o tipo maduro.
Mas sei do que me esconder,
embora não saiba o que procuro.

E nem sei se procura é o segredo;
nem tudo que se procura se acha,
mas  importante é não ter medo
e saber ver do fogo a fumaça.

Porque o amor não dispõe de alarme,
Deus não concedeu esse dispositivo.
Então pode fazer-se tarde
se não tiveres os olhos precisos.

Mas dizem que só navegar é preciso,
o amor tateia em penumbra.
Mas se o tocamos, mesmo vendados,
aos sentidos todos deslumbra.

Então, minha gente, atenta!
O amor pode estar ao seu lado.
Acarretam-se: só consegue quem tenta.
Não deixe o cavalo passar selado.


Santa Inês, 2014.

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