quarta-feira, 5 de agosto de 2015

DE COR ESQUECIDO

Tentei ser atleta
ou guerreiro da palavra,
mas seu campo não se presta
a futebol nem a batalhas.

Mas serve para ser ornada ou rezada,
e casada com o verbo sempre faz oração.
Ou serve para ser cantada,
se ritmada em canção.

Mas não metrifico o que verso
(não sei fazê-lo e portanto não meço),
tenho a palavra bem solta,
tão solta que não a apanham bocas.

Mas um dia morro e renasço,
e quem sabe encarno poeta maior.
E farei versos tão belos
de o mundo sabê-los de cor.

Por hora faço de cor mas esquecido,
sou poeta esmaecido,
sem público ou publicação.

Mas vou trazê-los sempre comigo
pra ver se mantenho aquecido
o fogo fátuo da recordação.

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