Nada me enche tanto de alegria
como uma tarde vagabunda,
gasta no varejo de coisas chãs.
Não farejo castas, não diviso clãs.
Nutre-me apenas um desejo de fraternidade
com todos os araques do mundo!
Fazemos do nosso nada nosso rico latifúndio!
E tudo é plantação sem olhos postos na colheita,
ou no lucro que enceta.
A nós o que interessa
é poder inventar o poder de inventar!
Com que invento mais me contento
do que com o de nos refestelar?
Abrem-se caminhos infindos,
e qualquer errante é um familiar vizinho
se a nós quiser-se juntar.
E vamos! Nada de detença!
Só é a imobilidade a sentença
de quem não sabe brincar!
Vamos! Faz-se tarde!
Vamos que me arde a vontade
de a ti também contaminar!
E não te protege que a defesa é vã!
Te entrega a ser concidadã
de um mundo tão solto e liberto!
Te entrega! Vem a nós!
Te entrega! Escuta a voz!
A felicidade é por perto!
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