quinta-feira, 24 de outubro de 2013

TARDES

Nada me enche tanto de alegria
como uma tarde vagabunda,
gasta no varejo de coisas chãs.

Não farejo castas, não diviso clãs.
Nutre-me apenas um desejo de fraternidade
com todos os araques do mundo!

Fazemos do nosso nada nosso rico latifúndio!
E tudo é plantação sem olhos postos na colheita,
ou no lucro que enceta.

A nós o que interessa
é poder inventar o poder de inventar!
Com que invento mais me contento
do que com o de nos refestelar?

Abrem-se caminhos infindos,
e qualquer errante é um familiar vizinho
se a nós quiser-se juntar.

E vamos! Nada de detença!
Só é a imobilidade a sentença
de quem não sabe brincar!

Vamos! Faz-se tarde!
Vamos que me arde a vontade
de a ti também contaminar!

E não te protege que a defesa é vã!
Te entrega a ser concidadã 
de um mundo tão solto e liberto!

Te entrega! Vem a nós!
Te entrega! Escuta a voz!
A felicidade é por perto!

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