A Terra gira sempre a mesma,
sempre as mesmas dimensões.
A Terra gira sempre a mesma
e essa é sua perfeição.
A minha é errar sempre outro,
mas sempre inexatidão.
Essa é toda a minha sorte,
ou é todo o meu azar.
(Porque meu mundo expando-me tanto!
Quem o poderá vasculhar?!)
E que bom seria se ao mundo sobrasse coragem!
pra vasculhar minha loucura,
sondar minha intimidade!
Juro que gostaria!
Juro que nisso consinto!
Juro mas ninguém decifra
o idioma que me permito.
Não é forja dos demais,
mas permeável a barbarismos.
Sonha ser língua franca
das ideias do paraíso.
Sorvo toda a música que posso,
e não fui feito musicista.
O talento, mistério ou negócio,
pede que se lhe insista.
Ao que me vem estou atento,
artes antigas em modernidade.
É nelas que me detenho
para lhes dar liberdade.
Se Alquimia ou Química,
pouco se me dá.
Mais me importam usos
que a mania de rotular.
Olha o que te mostro,
mas vê o que desvelo!
A crosta tem serventia,
mas o núcleo é bem mais belo!
E vou seguir explodindo
onde ninguém me vê.
Que quero manter tudo vivo
para mim e pra você!
Nenhum comentário:
Postar um comentário