segunda-feira, 2 de julho de 2018

MAGMA

A Terra gira sempre a mesma,
sempre as mesmas dimensões.
A Terra gira sempre a mesma
e essa é sua perfeição.

A minha é errar sempre outro,
mas sempre inexatidão.
Essa é toda a minha sorte,
ou é todo o meu azar.

(Porque meu mundo expando-me tanto!
 Quem o poderá vasculhar?!)

E que bom seria se ao mundo sobrasse coragem!
pra vasculhar minha loucura,
sondar minha intimidade!

Juro que gostaria!
Juro que nisso consinto!
Juro mas ninguém decifra
o idioma que me permito.

Não é forja dos demais,
mas permeável a barbarismos. 
Sonha ser língua franca
das ideias do paraíso.

Sorvo toda a música que posso,
e não fui feito musicista. 
O talento, mistério ou negócio,
pede que se lhe insista.

Ao que me vem estou atento,
artes antigas em modernidade.
É nelas que me detenho
para lhes dar liberdade.

Se Alquimia ou Química,
pouco se me dá.
Mais me importam usos
que a mania de rotular.

Olha o que te mostro,
mas vê o que desvelo!
A crosta tem serventia,
mas o núcleo é bem mais belo!

E vou seguir explodindo
onde ninguém me vê.
Que quero manter tudo vivo
para mim e pra você!

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