domingo, 1 de julho de 2018

LAMPARINAS

Não ando à cata de nada
e muito me cai em cima.
Essa chuva inopinada
é a de que a gente precisa.

E de reconhecer a sorte,
pra gente não se por a abrigo.
Reconhecer os instrumentos
mesmo sem ver o amigo.

O amigo não preciso vê-lo.
O amigo posso intuí-lo.
O amigo não acho fora,
eu o trago comigo.

E vou vendo a estrada,
e sabendo que a vou fruindo.
E que a bússola é-me inata.
(vou relembrando o caminho).

Relembrando sobretudo
a que lugares não demandar.
E retorno antes do trevo,
antes de me entrevar.

Sei que nunca estarei vencido;
nunca se perde a guerra!
Só se perdem batalhas,
é a regra na Terra!

Salta sobre mim o invisível
e reparo que vem de dentro.
Meus olhos são lamparinas,
é o que estou aprendendo.

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