Para Trio Sam.
Esta é uma cena de domingo,
com que lhes aceno nesta segunda,
com segundas intenções confessas.
Achava-me ali,
sem as chagas da pressa,
imbuído do Buddha com que madrugara.
Chegava cedo à Feira,
e algo belo se ouvia;
pensei: "Me interessa!".
Era o Trio Sam, mas,
nada tendo com o Tio,
eram todos avôs.
Ou podiam sê-lo!
Um ia nu em pelo
(ou será que exagero?).
Bermuda, regata e chapéu,
não sei de que se encarregava;
ouvia o som e olhava o céu.
Já os três do Trio,
senhores mais serenos,
empunhavam instrumentos:
violão, bandolim, afoxé.
Nada de axé!,
não se pulava e o choro era livre
e como gosto: a bem soado!,
um som alegre e inspirado
(não gosto de choros que deprimem).
Depois chegou um quarto
(acho que era convidado!),
incorporando o cavaquinho.
Gerações se encontravam;
ninguém passado do prazo!:
cabeças brancas, loiras, morenas.
Eles, as brancas;
eu a já quase e ainda loira;
a morena era de uma pequena
a que o do chapéu tomou nos braços.
Idade? Uns quatro!
E (,) como eu (,) sorria da cena(.)!
Não me contive e ri;
o do violão olhou pra mim
e entremeou "Stairway to Heaven".
Tocou-a my way,
e também a "My Way" de Elvis/Sinatra.
Saí dali decidido:
Vou do verso à Serenata!
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