domingo, 1 de fevereiro de 2015
VERDES (Meu primeiro livro e Primeiro me livro)
Para Mel, Tistu, e Maurice Druon.
Sinto-te me vindo,
e me sinto bem-vindo eu também.
Sinto que meu estribilho
é um estampido do querer bem.
Vejo até que construo
o que intuo desde Miraflores,
muito antes de me pores
uma florzinha na lapela.
Antes de nos ajoelharmos
em praia, campo, ou capela.
Antes dos expectantes,
expectorarem-se da espera.
(os decanos só estarão contentes
quando nos souberem nubentes)
O ano era o de noventa,
e a série era então a quarta
(corrija-me Tia Maria Luíza,
se acaso a memória me falta).
Tistu era um menino bonito;
não o digo tanto dos traços,
mas o bendigo pelo estilo
escolhido pro estardalhaço.
Não inventou a pólvora,
seus olhos só viam amores;
e transformou Mirapólvora
na mais bonita Miraflores.
E tinha um toque verde
mais bonito do que o de Midas;
porque o que escolhesse a dedo
ficava verde de vida.
Vejo o mundo com seus olhos,
também aprendo o dom da esperança;
e pelo ritmo com que agora melhoro
talvez me melhore a aliança.
Mas a aliança que me comove
é a da própria comunhão;
pouco importa que a celebremos
além da nossa própria expansão.
A alegria é a de conjugar-me,
de achar-me sempre ao pé de ti.
Espera, do que estou falando?
Só queria que passasses aqui.
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