Para Diogo Nogueira Maia,
e para uma guria que os limpava pra mim.
"Cada um tem o seu ponto de vista;
encare a ilusão da sua ótica". - H.G.
Meus óculos estão sempre sujos,
não adianta limpá-los pra mim;
e atrás dos seus os seus olhos
também são um pouco assim.
Veem o mundo com algum prejuízo,
é sempre assim a visão;
ou há loucura ou sobrejuízo,
e é tudo estiolação.
Algumas vezes a mancha, a nódoa,
conserta o que vejo adiante;
nem sempre a beleza das horas
tem a pureza de um diamante.
Mas também podem ser para sempre,
sejam elas manchadas ou não;
e vai saber qual de nós mais entende
da telúrica rotação!
"Telúrica" ou "terrestre"?
Tanta palavra que a cabeça esquece!
Qual é exata pra que fim?
Vivo o acidente da palavra;
topadas me ajudam a encontrá-las,
e se me vêm destinam-se a mim.
Eu as recebo, embaralho e cuspo;
faço fácil, não há custo.
Mas não era outro o assunto?!
"Óculos do John ou olhar do Paul?",
em óculos ou em olhar o rock errou?
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