Para Klik e Bortolo, de um lado.
Para os outros, de outro.
E você, assina a lista do comum?
"How does it feel to be
one of the beautiful people?".-John Lennon
"Gente bonita":
cuidado com o escopo disso,
com belezas censitárias
eu não assumo compromisso.
Estranha generosidade,
relógios maiores que os braços;
(mais) sentido menos horário:
menos horas, mais abraços.
Tenho dó de trazerem no peito
emblemas de equitação;
às vezes o que têm de cavalos
não passa da educação.
Costumo ver gente mais nobre
pilotando pangarés;
e se a gasolina sobe,
essa gente anda a pé.
Não que o dinheiro vincule
os hábitos e os usos,
mas alguns eu tiraria da zona,
e jogaria no Pólo sul.
Na Zona Nordeste que habito,
a seca ainda não chegou;
e só me molho no açude
do mais rico rock n' roll.
Eu nada tenho contra o Lord
afeito às mesmas guitarras,
mas há palhaços nos Circus
que de rock não entendem nada.
Mas quer saber de uma coisa?,
cada um dá o que tem;
de beleza entendo pouco,
e não custa tantos vinténs.
"Má que beleza!", eu digo,
diante da beleza que faz o que pode;
mas tem gente que só vê beleza
nas MAC belezas de free shop.
E eu prefiro liberdades outras,
como a de talvez nem consumir;
mas sem o carro certo,
desejos há que hão de sumir.
Então cada um que aplique,
se honesto, como quer seu quinhão;
mas as de apliques iluminados
não fazem subir minha condição.
Digo-o descendo Bahia da Floresta:
muita chuva, muita festa;
e não preciso chover desculpas:
cada um sabe o que presta.
Então faça-me um favor:
não preciso de favor nenhum.
Requinte ao máximo seu sabor,
eu assino a lista do comum.
"Nem toda obra se prima.
Nem tudo que é pobre se rima.
Nem tudo que é nobre se esgrima.
Nem tudo que sobra é lixão.
Nem tudo que fito é o que vejo.
Nem tudo bonito eu almejo..."-Vander Lee
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