De um tango argentino
não fui jamais capaz.
Tenho um jeito discreto,
jeito mesmo quase secreto,
de comer meu coração.
Qué importa perderme mil veces la vida?
E vai nisso, não se olvida,
a noção de sobreviver.
Viver para passá-lo todo de novo,
sentir o impulso, alimentar o tumulto,
sem saber no que se vai dar.
Em muito assim se esbarra
e é do óbice que se tiram asas
para transpor limites sem jamais os superar.
E assim vai-se de um estágio a outro
sem jamais haver inteireza,
só por fito o desfrute da beleza
de jamais desistir sem tentar.
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