quinta-feira, 27 de junho de 2013

VOLTAS

De um tango argentino
não fui jamais capaz.
Tenho um jeito discreto,
jeito mesmo quase secreto,
de comer meu coração.

Qué importa perderme mil veces la vida?
E vai nisso, não se olvida,
a noção de sobreviver.
Viver para passá-lo todo de novo,
sentir o impulso, alimentar o tumulto,
sem saber no que se vai dar.

Em muito assim se esbarra 
e é do óbice que se tiram asas
para transpor limites sem jamais os superar.

E assim vai-se de um estágio a outro
sem jamais haver inteireza,
só por fito o desfrute da beleza
de jamais desistir sem tentar.

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