terça-feira, 25 de junho de 2013

CONTRAVOLARE



Eu pedi paz. Peço paz.
Sempre pedirei paz!
Mas não esta paz silêncio escombroso de pós-guerra,
mas a paz do jardim onde a fruta está mordida.
A paz aquela!
Mas você fechou a janela com um homem agarrado ao parapeito.

E eu digo "Pare!" ao peito e ele não para.
Retumba...tumba... tumba...
Mas eu nunca soube que a esperança,
mesmo encerrada, confinada,
se pudesse matar por asfixia.
A esperança não se encerra, encerra em si!
Encerra em si tudo que podemos
e podemos sempre mais!

Os galhos da árvore se retesam
para que as folhas vejam flores e estas frutos.
A raiz que quer espalhar-se demais
só o que faz é arrebentar a calçada.
E quem somos nós se não nos firmamos em pavimento?

Da paz quero o alento!

E a quem disse que ter raízes é estar preso
posso dizer que o que vejo é seiva subir,
nutrir.

E que a planta que vi seja!
Viceja...

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