Para Fá.
Lume meu,
não ligue pra mínima estrela.
O Sol parece apagar-te
mas vem apenas entretê-la.
Pintar o quadro da aurora,
pintar o do arrebol.
Mas a hora é a tua:
A mesma!
Quem nunca?
Quem sempre?
Entre uma e outra
a hora é a da gente.
A de por a mesa.
A da lauta refeição.
Seja a de madeira,
o batistério,
ou o chão.
Utiliza a velha coragem
que é tua de vocação.
Vê como os anos agem
nos tramando em expansão.
Tessitura de bela rede,
tão bela quanto consente
a atmosfera terrena.
(E todo o capaz de consentir
vai poder sentir com a gente).
O sim-yes já de antes.
O de sempre.
O de tudo!
(O sim sempre tão confiante
que revi ontem no teto escuro.)
Não tem flash que apague uma estrela,
nem Sol, nem susto, nem nada.
Até o cego sabe o que sente
quanto tateia uma ponta estrelada.
Deixo-te a tua ampulheta,
que escorre Israel ou escoa o Saara.
Que escoe tempo adentro
sem diminuir-me em nada!
Não é precisa a vida,
mas preciso seguir o que pulsa.
Até que entrevisto o paraíso
o mundo, feliz, nos expulsa.
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