domingo, 7 de julho de 2019

YES!-SIM!

Para Fá.



Lume meu,
não ligue pra mínima estrela.
O Sol parece apagar-te
mas vem apenas entretê-la.

Pintar o quadro da aurora,
pintar o do arrebol.
Mas a hora é a tua:
A mesma!

Quem nunca?
Quem sempre?
Entre uma e outra
a hora é a da gente.

A de por a mesa.
A da lauta refeição.
Seja a de madeira,
o batistério,
ou o chão. 

Utiliza a velha coragem
que é tua de vocação.
Vê como os anos agem
nos tramando em expansão.

Tessitura de bela rede,
tão bela quanto consente
a atmosfera terrena.

(E todo o capaz de consentir
vai poder sentir com a gente).
O sim-yes já de antes.
O de sempre.
O de tudo!

(O sim sempre tão confiante
que revi ontem no teto escuro.)

Não tem flash que apague uma estrela,
nem Sol, nem susto, nem nada.
Até o cego sabe o que sente
quanto tateia uma ponta estrelada.

Deixo-te a tua ampulheta,
que escorre Israel ou escoa o Saara.
Que escoe tempo adentro
sem diminuir-me em nada!

Não é precisa a vida,
mas preciso seguir o que pulsa.
Até que entrevisto o paraíso
o mundo, feliz, nos expulsa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário