Para Fafá. E para vocês.
Um domingo à noite não é um sábado de manhã.
Ninguém ilude o tempo.
Mas o tempo sendo o que for
nada justifica o tormento.
Nada importa o que passou.
O tempo da dor faz nada.
O que a dor deixa quando passou
é uma oportunidade rara.
Tá tudo escrito nos dias,
mas a lousa é pra quem encará-la.
A lousa é de outros tempos,
mas a verdade dá sempre na cara.
A verdade não se esconde,
ou não se esconde tanto,
mesmo quando se quer ocultá-la.
A verdade dá-se sempre à colheita,
basta querer alcançá-la.
O empecilho, às vezes,
vem de dentro e tarda.
Porque é preciso conhecer-se
para poder notá-la.
Lemos a verdade conosco,
com tudo o que somos.
Então depende a verdade
do quanto nos trabalhamos.
Não dispense o concurso das horas.
Não as desperdice.
Nem desperdice nada
de tudo que se lhe disse.
Tudo que lhe mostraram
são exemplos do escuro
ou exemplos do claro.
E o amor não se solta no vento,
o amor é preciso plantá-lo.
É preciso que se tente
adivinhar o portento da planta
na humildade da semente.
O amor que tanto se canta
de perto nunca se mente.
É comum o olhar da esperança
ao destinatário e ao remetente.
O remetente é o destinatário.
É tudo correspectivo.
O amor vou alimentá-lo,
não vou guardá-lo comigo.
O amor é doido!
Pega o avião pra ver o trem.
O amor gosta de luz,
e eu gosto muito também!
O amor se faz no tempo,
e o tempo é sempre de amor!
O amor em tempo algum deixa
o que de verdade o experimentou.
Dê-se todo a quem é tão,
e os seus dias mais turvos
também serão dias de clarão!
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