sábado, 20 de outubro de 2018

SÊ MEIO

Olho minha estrelada
galeria de fotos.
Nenhum sou o que está ali.
Um e outro morreram,
eu envelheci.

Nunca mais a minha moeda
atirada em dissolução de dúvida
cai cara
(sou barato e não conquisto).

Sou o cisco no olho que não chora.
Sou semente da flor que não flora.
Nunca chegará  a fauna
este meu animal.

O tempo cura!
Curou-me da juventude,
mas não da presteza.
Curou-me da beleza,
mas não da solicitude.

Aquilo contra o que
sem sucesso intenta o tempo
é a minha atitude!

Esta me pertence enquanto
eu houver de me pertencer
Essa será um pertence
do que só me ocupo de ser.

Toda beleza é o que pode ser legado.
Nunca esteve a beleza no que pode ser olhado.
Quem vive atrás da beleza
é realeza do desamparo.

Vivo, o amor que semeio
nunca pôde ser castrado!

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