quinta-feira, 18 de outubro de 2018

A CÂNTAROS

A chuva cai sem luvas,
sem mão.
A chuva cai no sentido,
cai na contramão.
A chuva atrasa o empregado,
alarma o patrão.

A chuva não cai sozinha,
cai junto o clarão.
A chuva soa linda,
mas abriga o trovão.
O trovão parece um alerta,
parece um sermão.

Quais serão as metas do dilúvio?
Sinto falta dos céus abertos,
falta do plenilúnio.
Nunca mais haverá verão?
Mas e este calor de Mercúrio?
Serão choradas em vão
minhas lágrimas no escuro?

FIAT LUX!!!!!
Não posso mais!
Não posso caminhar calado
a 54 anos atrás!
Chega! É retrocesso!
Chega de facínora!
Deus, nos mande crianças
que diluam esta sina!

Nelas aposto minhas fichas.
A elas empenho meu coração.
Quanta semente de progresso!
Quanta carinha bendita!

E te bendigo, Senhor,
por fazer-me arauto da Esperança.
E que sejamos todos navegantes
do mar da bem-aventurança!

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