terça-feira, 11 de setembro de 2018

LADOS

No Bosque vi extinguir-se 
a geração de minha avó.
A geração Fraga, isto é,
a de sua linhagem.

Lá como em muitas frentes
a batalha terminou antes para os homens,
que pereceram,
possantes.

Elas, flores do tempo,
deixaram-se estar na retaguarda,
ou nem tanto!
Porque a astúcia em que 
se deixaram estar no canto
projetava-as sobre os tabuleiros.

Conduziram todos os movimentos.
Ninguém sabia se passos,
se golpes.
Se dança, se luta.
A mulher sabe ser santa,
sabe ser puta.

Não existe fim da linha 
na esfera.
O saído por um lado
do outro se espera.

Lado escuro e lado claro
se revezam.
Só para o lunático, 
ideia fixa,
a coisa é outra.
(E outra porque sempre a mesma!)

Melhor é ter posto a mesa
sendo capaz de a projetar.
Rapaz, vou te confessar:
Mulher como minha avó
nunca vi em nenhum lugar.

(E estão por todos os lados).

Nenhum comentário:

Postar um comentário