Para Rodrigo, em seu quarto,
fantasiado de homem.
meu auto-baixo-pensar.
Mesmo quando não pensa nada.
Clarice tomava muita Coca-Cola
e fazia propaganda de graça.
Kurt se envergonhava muito
da carne que mastigava.
Mas os peixes não têm sentimentos,
ou não os sentimos.
(Então quem não os tem?)
Mas a sereia ninguém quer matar.
Seriam os ornamentos?
Já então dizia Moisés,
em meio a tanta brutalidade,
que não se deve dizer o nome de Deus em vão,
e é o que mais fazem!
E criam novos mitos,
vomitam-nos.
E nos vomitam também em nós,
e tudo se empesteia!
E os sofistas nunca deixaram de existir.
O papel aceita tudo!
E desde Gutemberg só aumenta
a velocidade do absurdo.
Homens de bem querem sangue!
Dão o cano em trabalhadores
e se permitem finas ironias.
Não percebem, insol(v)entes,
que já nasceram em seus estertores.
Independente de quê,
Deus que nos perdoe!
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