sábado, 9 de junho de 2018

CENA DESCRITA (De bom Tom, Tom II)

Para Tom


O poeta fita o papel.
A fita da máquina já secou há muito.
As ideias seguem-no em tumulto.

Tem medo da criação.
Medo do novo
brado do antigo.

Nada pode garanti-lo.
Só o que é certo é a concepção.
O concepto!

(Existe esse palavrão?)

As ideais são boas.
São, sim, coisa que se entoa.
O amor não se conforma.

(Nenhum plano o transforma.
Ele é múltiplo)

Quem vive duvida.
E o fundo da dúvida é uma crença.
Não há mesmo diferença.

Eu quero a prosperidade.
O voo imperturbado da verdade.
A boa nova corre por minhas lentas velhas veias.

O que é chegado apeia.
Tudo é saudação.
Tudo é abraço.

(É tudo beijo!)

Como acredito e vejo!
Gosto do Tom que percebo.
Viceja e me acalma.

Que seja tua a hora!
Nesta e em toda a casa!

Nenhum comentário:

Postar um comentário