Para Olga
Todo carnaval tem seu fim.
O deste foi o de nós dois.
Por que interromper a folia?
Por que não deixar pra depois?
Um calor de agonia,
como intensa falta de ar.
Não há forma mais aflita
de deixar-se acabar.
Não soube dar passagem
ao que em si era tão libre.
Cedi a minhas miragens
e minha brutalidade, ao declive.
Agora notas não me socorrem,
não me embala nenhum tom.
É uma vida de quase morte,
que não tem cor, gosto ou som.
Apenas tem cheiro,
um cheiro a vidas passadas
que não percebi, contrafeito,
que passei a esperá-la.
Agora até a próxima!
uma mais próspera edição,
em que o Senhor deixe de troça
e me dê melhor coração.
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